Reinventar a roda é certo ou errado?
Em que situações reinventar a roda faz sentido, e quando é desperdício de tempo? Entenda os prós e contras.
Introdução
Na programação e no desenvolvimento de software há uma expressão que causa desconforto: “reinventar a roda”. Em muitos círculos, ela é vista como sinônimo de desperdício, por que criar algo novo se já existe uma solução confiável? Mas será que sempre é tão simples assim?
Por que “reinventar a roda” tem má fama
- Custo de tempo e esforço: muitas vezes já há bibliotecas, frameworks ou componentes bem testados prontos para uso. Reinventar exige trabalhar do zero, testar, manter.
- Risco de bugs e manutenção: soluções prontas geralmente já passaram por muitos ajustes. Quando você cria algo novo, assume a responsabilidade de detectar, corrigir e evoluir esse código ao longo do tempo.
- Duplicação de trabalho em equipe: se cada membro do time tenta replicar algo do zero, o esforço se dispersa e o foco no valor real para o usuário pode se perder.
Por isso, muitos defendem que reinventar a roda é um mau hábito, mas isso não significa que nunca faça sentido fazê-lo.
Quando reinventar pode ser válido
Existem casos em que construir algo novo vale a pena:
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Aprendizado e domínio
Se você está estudando ou quer realmente entender profundamente como algo funciona, reconstruir familiariza com os detalhes internos. -
Requisitos específicos
Quando as soluções existentes não se adaptam bem ao seu contexto (performance, arquitetura particular, restrições do projeto). -
Projetos experimentais ou protótipos
Em projetos pequenos ou de validação, reinvenções podem gerar insights e inovação. -
Controle total e independência
Se você precisa ter controle sobre cada linha de código, sem depender de terceiros nem de atualizações externas.
Como decidir entre usar ou reinventar
- Avalie custo-benefício: quanto tempo você economiza usando algo pronto vs. quanto tempo e esforço vai dedicar para construir.
- Pesquise bem: explore bibliotecas, frameworks e soluções de mercado antes de optar por reinventar.
- Modularize sua abordagem: comece com algo reutilizado e, se for necessário, substitua partes específicas mais tarde por versões customizadas.
- Documente e teste: se decidir reinventar, trate isso como um projeto legítimo com testes, documentação e manutenção planejada.
Conclusão
Reinventar a roda não é automaticamente errado, mas tampouco é sempre a melhor escolha.
Quando optar por reinventar, tenha clareza do porquê: você está fazendo isso por aprendizado, por necessidade real ou por controle? Do contrário, talvez o mais eficiente seja aproveitar o que já existe e focar no valor da entrega.
No final, boas decisões técnicas nascem da combinação entre conhecimento, contexto e visão de produto.