"Mas funcionou no meu PC!"

Porque “funcionar no meu PC” não é garantia de qualidade. Entenda as armadilhas e como garantir que seu código realmente funcione para todos.


Introdução

Quantas vezes você já ouviu ou mesmo pensou essa frase depois de construir algo que parecia rodar bem no seu ambiente, mas dá erro quando algum colega testa ou em produção? “Mas funcionou no meu PC” é uma piada comum entre devs, mas carrega um alerta sério: ambientes diferentes, variáveis ocultas e dependências escondidas podem tornar essa afirmação uma armadilha.

Por que “funcionou no meu PC” falha como métrica

  1. Ambiente local vs ambiente real
    Seu computador tem versões específicas de bibliotecas, configurações, variáveis de ambiente e permissões. Em outro servidor ou máquina, algo pode estar diferente.

  2. Dependências transitivas e ocultas
    Talvez você tenha uma biblioteca instalada globalmente, uma versão diferente de sistema operacional ou até uma configuração de rede local. Quando outro ambiente não possui isso, o código quebra.

  3. Dados de teste irreais
    Testar com dados artificiais ou em bases pequenas não revela casos de borda ou volume real. Algo que funciona com 10 itens pode falhar com 10 mil.

  4. Migrações, configuração e infraestrutura
    A infraestrutura, banco de dados, permissões de acesso, variáveis de configuração e deploy automatizado podem introduzir diferenças que não aparecem localmente.

Como evitar entrar nessa armadilha

  • Testes automatizados: unitários, de integração e de ponta a ponta ajudam a garantir que o comportamento se mantém em condições variadas.
  • Ambientes parecidos: use containers (Docker), VMs ou ambientes de staging que simulem a produção.
  • Integração contínua / entrega contínua (CI/CD): cada mudança deve ser testada em ambientes controlados automaticamente.
  • Configuração explícita: evite “funcionar por acaso”, documente variáveis de ambiente, versões de dependências e premissas.
  • Testes de carga e casos extremos: passe seu código por situações que simulam uso real, picos de demanda e dados irregulares.

Conclusão

Dizer “funcionou no meu PC” deveria ser motivo de cautela, não de comemoração. Funcionar localmente é apenas o primeiro passo, a verdadeira validação é garantir que funcione para todos, em diferentes ambientes, com